Sabemos, entretanto, que jornalistas não são seres humanos perfeitos, e muitas vezes abrem mão da sua liberdade de fazer um bom trabalho jornalístico e metem os pés pelas mãos, veiculando opiniões superficiais sobre assuntos sobre os quais não sabem absolutamente nada e não tiveram tempo de pesquisar. Não é muito incomum também usarem a sua liberdade expressão para veicularem inverdades, para reproduzirem mitos recorrentes do senso-comum. Acabam com isso apagando um pouco o brilho democrático da liberdade que tanto defendemos; eles, os jornalistas, e nós, os esperantistas.
Entretanto, nós também somos imperfeitos, como os jornalistas. Eles são mal informados por nossa culpa, já que quando deveríamos estar há anos informando regularmente os jornalistas sobre as características, as conquistas, a história e o potencial desconhecido do Esperanto, ficamos enfurnados em nossas associações, clubes e ligas de Esperanto, numa marginalização não imposta por eles, mas por nós mesmos. Queremos que os jornalistas saibam de nós e de nossa língua, mas não saímos dos guetos que nós mesmos criamos.
Então, não temos o direito de classificá-los como ignorantes, quando eles falam ou escrevem inadvertidamente inverdades ou informações imprecisas sobre a língua internacional Esperanto. Não podemos taxá-los de incompetentes, quando reproduzem puerilidades em relação ao Esperanto - como quando falam ou escrevem que o Esperanto é língua morta, que não deu certo, que é língua artificial e não serve para a comunicação no dia-a-dia e um monte de muitas outras coisas inacreditáveis, que não resistem à mínima confrontação com a realidade.
Certamente, não podemos querer que a liberdade de imprensa seja tolhida por isso, porque estaríamos indo contra a essência da proposta inovadora do Esperanto, que é a do respeito à enorme diversidade do mundo, de uma forma geral, e à defesa da democracia lingüística,
Mas, é em nome desta mesma liberdade de imprensa que julgamos que chegou a hora de dar um basta a tanto trabalho medíocre – dos dois lados - a tanta informação irresponsável dos jornalistas e inatividade dos esperantistas, a tanta superficialidade no trato de um fenômeno como a língua internacional Esperanto, por ambas as partes.
Vamos mudar isso, mas como não temos poder econômico, ainda; como não temos rede de televisão ao nosso dispor e como somos poucos, ainda, decidimos nos valer de todas as formas possíveis para fazer ouvir o nosso brado, para ajudar nossos amigos jornalistas.
Aqui nesse blog - uma parte desse grande esforço - nosso trabalho será o de registrar o máximo de ocorrências possíveis na imprensa em geral, inclusive a digital, relacionadas ao Esperanto. Vamos registrar aqui reportagens completas, opiniões de apresentadores de programas de entrevistas, telejornais, notas em colunas em jornais impressos e blogs, sempre citando as fontes e dando nome aos bois. Enfim, vamos registrar tudo o que estão falando e escrevendo sobre o Esperanto e dar nossa opinião, de especialistas nesse assunto, sobre o que foi escrito ou dito. E talvez até iremos criar um índice para classificar os órgãos de imprensa de acordo com a qualidade e quantidade da informação veiculada sobre o Esperanto e tudo o que estiver relacionado com ele.
E em nome da liberdade da imprensa, em defesa da liberdade que a imprensa tem para fazer um bom trabalho jornalístico, tendo o dever de informar corretamente o público sobre os assuntos que veicula, vamos corrigir o que precisar ser corrigido, vamos informar corretamente o que for desinformação. Os argumentos sérios, democraticamente veiculados contra o Esperanto, vamos contestar com solidez e lógica, apresentando fatos e dados.
E, é claro, pessoas tão imperfeitas quanto esperantistas e jornalistas devem se unir, para informar melhor o público. Vamos fazer a nossa parte: criaremos um bom serviço de assessoria de imprensa, enviaremos mensagens aos autores de colunas e blogs com temas pertinentes, nos antecipando com informações úteis para a compreensão do Esperanto, estaremos abertos a pedidos de informação e material, faremos palestras em faculdades de comunicação social, visitaremos redações de pequenos e grandes jornais e revistas, contataremos editores chefes de editorias. Acabamos de criar nosso perfil no Twitter - @esperanto_midia - e faremos muito mais. Esperamos ser bem recebidos, para o bem da boa informação.
Essa será nossa contribuição ao aperfeiçoamento da liberdade de imprensa e de expressão no Brasil.
Eu estudei esperanto há uns 20 anos atrás, mas tinha me afastado, devido meus compromissos profissionais e familiares. Mas, agora, vendo que já existe até ONG dedicada a desenvolver a economia esperantista (no meu tempo não se falava nisso), vou pensar em voltar a estudar o esperanto. E gostei muito do texto. Inspirado e bem escrito, espero que sensibilize os jornalistas a pesquisarem mais a respeito do esperanto e publicarem matérias sérias sobre essa genial língua.
ResponderExcluirEstou aprendendo esperanto! Língua íncrivel e encantadora!
ResponderExcluirEspero que ela se espalhe pelo mundo todo e tenha seu reconhecimento em breve!