Intraespo

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7 de abr. de 2011

Fundamentos do Esperantismo Econômico

O documento Fundamentos do Esperantismo Econômico e do Movimento Neoesperantista deverá nortear o trabalho da Intraespo pelo desenvolvimento da economia esperantista e pela criação de um terceiro setor global, sem barreiras linguísticas.

Fundamentos do Esperantismo Econômico

O documento Fundamentos do Esperantismo Econômico e do Movimento Neoesperantista deverá nortear o trabalho da Intraespo pelo desenvolvimento da economia esperantista e pela criação de um terceiro setor global, sem barreiras linguísticas.

20 de nov. de 2010

Festival de equívocos assola a CBN

Dia 19 de novembro ficará marcada na história como o dia em que comentaristas da CBN deram um show de equívocos sobre o esperanto, em  tom de grande "sapiência".
Os senhores Cony (esse é reincidente!), Xexéo e Viviane Mosé, respondendo à pergunta proposta - Esperanto pode ser nova disciplina obrigatória no ensino regular? - e às perguntas do apresentador do programa, se posicionaram contra o esperanto, um direito deles, mas com argumentos frágeis demais.
Em primeiro lugar, a própria pergunta está errada. É inacreditável que uma emissora de rádio que "toca notícias", segundo o seu slogan,  e por isso deve ter um grande quadro de jornalistas trabalhando em tempo integral, consegue não saber que o projeto de lei do Senador Cristovam Buarque não propõe esperanto como matéria obrigatória, mas optativa. Os equívocos começaram aí. Mas vamos ouvir os comentaristas, antes de continuar a análise do blog que toca esperanto:



Aos comentários:

1- O apresentar faz a primeira pergunta, ao Cony, e comete o primeiro equívoco: "trocar o inglês pelo esperanto" não tem nada a ver com a proposta do esperanto, se bem que com o tempo, quando as vantagens do esperanto estiverem bem claras para todos, inclusive para os comentaristas da CBN, é claro que o inglês vai continuar cumprindo o seu papel de lingua nacional e o esperanto será a segunda língua de cada povo. Mas isso vai acontecer aos poucos, à medida em que  os que perceberem nele as qualidades necessárias de uma língua franca ideal, o adotarem como língua de trabalho, ate que num determinado momento da história, o esperanto vai deslanchar intensamente.

2- Na resposta, Cony, que é reincidente em cometer equívocos sobre o esperanto, diz que ele é uma língua fabricada. Ainda não aprendeu que:
a) O esperanto é uma língua planejada, e por isso extremamente lógica, simples, rica e fácil;
b) As línguas nacionais são convenções humanas, e elas é que foram "fabricadas", construídas no lufa-lufa do dia-a-dia dos povos. Ou ele acha que os homem das cavernas já falavam inglês?
c) As gramáticas das línguas nacionais foram compiladas, muito depois de a língua ser falada (aqui vai um link informando quando foi produzida a primeira gramática de uma língua  na história da civilização humana:  http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C4%81nini ). A primeira gramática da língua portuguesa conhecida é da autoria de Fernão de Oliveira, e foi publicada em Lisboa, em 1536.
A gramática do esperanto foi planejada. Qual a diferença? Enquanto as gramáticas de línguas que já eram faladas foram compiladas, isso é, seus autores extraíram da língua falada as regras gramaticais, e por isso há tantas irregularidades e exceções, a gramática do esperanto foi genialmente elaborada com apenas 16 regras regulares,  simplificando o aprendizado da língua.
d) As palavras das línguas nacionais também foram convencionadas, "fabricadas" pelo homem, só que de forma aleatória, no dia-a-dia, enquanto no esperanto elas foram escolhidas pelo seu iniciador e adptadas  ao sistema regular de terminações do esperanto. É una das características geniais do esperanto.

 
3- Em seguinda Cony se mostra muito confuso, mas é possível entender que ele diz que uma língua se aprende na vida e não na escola. Então quer dizer que o Cony é contra o ensino de línguas na escola?
 
4- Cony historia brevemente o sobe e desce da hegemonia das línguas e registra que o poderio econômico e militar da China está promovendo o mandarim. Nisso ele tem razão. Como ele reconheceu que o francês cedeu lugar ao inglês pelo fato de a França ter cedido lugar aos Estados Unidos como grande potência, será que ele está admitindo que ao invés do inglês, nós teremos que aprender mandarim como língua franca, já que a China deverá suplantar o Estados Unidos? E se o Brasil seguir a China de perto, o português terá mais chance que o mandariam de se tornar língua franca, pois é mais fácil que o mandarim para os povos ocidentais? O esperanto não seria uma solução definitiva e justa para todos os povos?
5- Chegou a vez do Xexéo, que reconheceu que o esperanto é uma boa idéia. Poderia ter ficado por aí, isse apesar disso o esperanto é inútil, porque o inglês, segundo ele, já conquistou definitivamente o lugar de língua internacional, ignorando o sobe e desce das línguas conforme o momento histórico, como se a história tivesse parado, sem ascensão de novos países e decadência de  outros.

6- Em seguida Xexéo repetiu o bordão "ninguém fala esperanto". Disse que quem aprende esperanto é  para conversar com o colega que também estuda esperanto. Disse que ninguém fala esperanto na Argentina, China etc.
Em primeiro lugar, é claro que quem aprende esperanto e para conversar com outras pessoas que também o aprende, não apenas no mesmo curso, mas em cursos organizados pelo mundo afora. Óbvio demais, embora já exista muitos casos de crianças que aprendem esperanto do berço. Aqui mesmo no Brasil temos muitos casos assim, sendo o mais conhecido o do menino que traduziu o livro "O menino maluquinho", do Ziraldo, do português para o esperanto.
Quanto à China, o Xexéo precisa saber que lá o esperanto é ensinado em várias universidades e que a Rádio Pequim transmite em esperanto: http://esperanto.cri.cn/ . E mais: temos uma empresa de ímportação e exportação na China, que usa o esperanto como uma de suas línguas de trabalho: http://www.davinci-china.cn/web/index.htm , há 10 anos.
 
7- Para finalizar, Xexéo disse que o esperanto foi ultrapassado pelo desenvolvimento da humanidade. Nós achamos justamente o contrário, que o desenvolvimento da humanidade vai levar à adoção do esperanto como segunda língua de todos os povos.
 
8- Para completar o grupo, chega a vez da Viviane Mosé. Começa dizendo que para se estabelecer uma cultura são necessários milhares de anos. Pois nesse campo o esperanto mostra sua enorme eficiência: iniciada em 1887, tem uma riquíssima literatura, original e traduzida, tem música, tem eventos tracionais, tem história, tem tradições. É como se o esperanto fosse um bebê prodígio de três meses apenas, que tocasse piano, saxofone, falasse 10 línguas e resolvesse problemas de cálculo integral e diferencial de cabeça.
 
9- Mosé disse em seguida que se o esperanto tivesse que dar certo, já teria dado. Precisa ler aqui no blog o artigo Esperanto: sucesso em todos as frentes de uma língua viva, bem abaixo dessa postagem.
 
10- Para finalizar se mete a criticar o senador Cristovam Buarque, autor do projeto de lei em discussão, baseado no equívoco que a o esperanto será mais uma matéria obrigatória, quando o projeto de lei do senado a propõe como lingua optativa, se houver interesse da comunidade. Assim: se os alunos de uma determinada escola tiverem interesse e  se houver professor de esperanto disponível, o esperanto poderá se tornar matéria optativa naquela escola. Muito democrático e de acordo com o desejo da comunidade de cada escola, ao contrário do inglês que é muito mal ensinado e pouca gente consegue aprender em escola pública. Nesse aspecto, o esperanto, como língua propedêutica, tem muito a colaborar com a melhoria do ensino de línguas no Brasil.
 
Lamentamos muito que o nível desses comentários. Quando é que a CBN vai se redimir, entrevistando o senador Cristovam Buarque ou pessoas que conheçam o assunto?
Para finalizar, sugerimos que a CBN se inscreva na nossa Sala de Imprensa, para receber releases, matérias e conseguir chegar a pessoas que saibam informar melhor sobre essa questão.

14 de nov. de 2010

Esperanto: sucesso em todas as frentes de uma língua viva

Esse texto tem relação com o Equívoco 1 - O esperanto não deu certo. As ocorrências desse equívoco na imprensa estão relatadas na página "A imprensa errou".
O que faz uma língua dar certo? Certamente, não existe apenas um fator ou aspecto que possa garantir que uma língua deu certo. Vamos listar alguns e veremos se o esperanto se encaixa no perfil de “língua que não deu certo”.

• Uma língua que deu certo certamente tem uma comunidade que a fale, que a ame, que a proteja contra equívocos distraídos. Nessa comunidade devem existir escritores que escrevam romances, peças de teatro, poesia, contos, crônicas e contos originalmente escritos na sua amada língua. Devem existir também tradutores, editores... e leitores.

O esperanto tem isso?

Sim, tem. Um dos maiores orgulhos dos esperantistas é a sua literatura, com obras originais e muitas traduções das línguas nacionais. Há inclusive traduções da literatura brasileira, como Quincas Berro D’água, de Jorge Amado, e O Alienista e Dom Casmurro, de Machado de Assis. Existem também editoras, algumas bem estruturadas, e o número de  leitores sempre vai crescer, garantindo ao esperanto seu lugar ao sol no mundo da literatura.

Visão da economia esperantista:

A Intraespo considera o segmento da industrial editorial um dos mais promissores a curto prazo. O mercado editorial esperantista ainda é muito pequeno, mas o potencial é do tamanho do mundo.
E quanto à defesa do esperanto contra as incompreensões dos formadores de opinião pública, os esperantistas sempre foram muito ativos, embora algumas vezes desorganizados. Mas, isso está mudando, e esse blog e apenas uma frente da batalha de Davi contra o Golias da desinformação.


Uma língua que deu certo certamente possue jornais e revistas circulando.

O esperanto tem isso?

Sim, tem. A maioria dos periódicos dos esperantistas são publicações amadoras, produzidas por associações esperantistas, mas há iniciativas bem interessantes e profissionais como a revista Monato, editada na Bélgica, que é uma espécie de IstoÉ em esperanto. Vale ressaltar que o primeiro grande empreendedor da economia esperantista foi gráfico alemão, Teo Jung, que se tornou fundador de um jornal que existe até hoje, o Heroldo de Esperanto. Teo Jung viveu desse jornal, e sua saga está registrada na sua autobiografia, publicada em esperanto no Brasil, por um grande editora esperantista brasileira, a Fonto.

Visão da economia esperantista:
A mídia esperantista tem grandes dificuldade de sobrevivência, haja vista a baixa escala atual da economia esperantista, o que leva à falta de anunciantes. Mas, essa situação desfavorável deverá ser superada quando um maior número de empresas começarem a adotar o esperanto como língua global de trabalho e quando o público consumidor esperantófono crescer e precisar ser conquistado pelas empresas e seus produtos e serviços.

• Uma língua que deu certo precisa ter história.

O esperanto tem isso?

Sim, tem. A história do esperanto é emocionante. Tudo começou com o sonho de um médico idealista, na Polônia, que inicia a existência de uma língua planejada, em 1887, e hoje, 120 anos depois, podemos olhar para trás e ver a grande caminhada histórica dos esperantistas, lutando contra e preguiça mental, a indiferença, o escárnio. Esperantistas foram perseguidos em várias ditaduras: Hitler, Salazar e muitos outros, proibiram o esperanto, mas os esperantistas sob esses regimes resistiram. A luta pelo reconhecimento oficial teve um momento culminante em 1954, quando a UNESCO reconheceu o esperanto . Temos também a nossa história da literatura, com os primeiros vôos literários, ainda imaturos, e depois com o aparecimento de escritores de grande qualidade, que nada ficam a dever aos grandes escritores das línguas nacionais.
Enfim, o esperanto tem história, sim.

Visão da economia esperantista:
A história do esperanto terá um ponto de inflexão positiva nesse século, com a eclosão da economia esperantista, que deverá ser o maior fenômeno econômico desse de nossa época.
• Uma língua que deu certo precisa ter música e sistemas de produção cultural

O esperanto tem isso?
Sim, tem. A música sempre esteve presente na cultura esperantista, não só como recurso didático para o estudo da língua, mas também como legítima expressão dos músicos que adotaram o esperanto como língua de trabalho artístico.

Visão da economia esperantista:
A indústria fonográfica esperantista e todo sistema de produção cultural carece de uma estratégia global de produção e distribuição, principalmente nesse tempo em que novos meios de distribuição, pela internet, provocam grandes terremotos nas grandes corporações.
Há uma empresa com grande histórico de produção na Europa, a Vinilkosmo,  mas o mercado precisa ser melhor desenvolvido, para que a música em esperanto conquiste o mundo.
• Uma língua que deu certo possui eventos em que ela é usada com regularidade.

O esperanto tem isso?
Sim, tem. Aliás, um dos maiores eventos internacionais do mundo é o Congresso Mundial de Esperanto, realizado todo ano. Chega a reunir em torno de 4000 participantes de quase 100 países, todos falando em esperanto.
Existem eventos menores, internacionais e nacionais, e existem eventos pequenos de todo tipo, organizados pelas organizações locais de esperanto.

Visão da economia esperantista:
A área de eventos está mal explorada, na visão da Intraespo. Falta um maior número de festivais de cultura, de eventos musicais, de shows com bandas tocando em esperanto.
Por outro lado, a organização de eventos internacionais de medicina, de odontologia, economia etc, a organização de eventos empresariais e feiras internacionais, tendo o esperanto como língua de trabalho, será um nicho muito promissor, que deverá virar megatendência a médio prazo, transformando para sempre a experiência ruim daqueles microfones e traduções simultâneas sofríveis. Só quem participou de um evento internacional de esperanto e outro, com duas ou mais línguas, pode avaliar a diferença e entender o potencial desse segmento da economia esperantista.

• Uma língua que deu certo certamente tem que ser usada no comércio.

O esperanto tem isso?
Sim, tem. No início da história do esperanto, o comércio era basicamente de livros, suprimentos de propaganda, como estrelas de metal para lapela, adesivos, camisetas estampadas etc.
Hoje esse comércio ainda existe e deverá crescer e sofisticar muito, mas já existem também operações de importação e exportação com os mais diversos produtos. Há muitos chineses se dedicando a isso, com o esperanto, e no Brasil há uma empresa de comércio exterior de Santa Catarina que o usa  há 10 anos com sucesso, ao lado de outros idiomas.

Visão da economia esperantista:
Para a Intraespo o comércio internacional em esperanto é um dos segmentos com potencial de grande expansão imediata, pois não exige grande massa crítica, como o turismo. Basta um importador e um exportador falando em esperanto e coisas acontecem. Com a abertura de nosso escritório em São Paulo e outro em Moscou, iniciaremos a implantação de nossos projetos de desenvolvimento setorial do comércio internacional em esperanto, começando pelo eixo Brasil/Rússia.

• Uma língua que deu possui uma indústria de turismo.

O esperanto tem isso?
Sim, tem. Não é ainda uma coisa muito desorganizada, embora existam algumas iniciativas muito valorosas, como a existência de agências de turismo que trabalham com o esperanto, com destaque para a Polônia, que inclusive possui uma escola internacional de turismo, com cursos em esperanto.

Visão da economia esperantista:
O turismo esperantista, para florescer, vai precisar de mais massa crítica, ou seja, de muita gente envolvida. Guias turísticos falando em esperanto, recepcionistas em hotéis, camareiras, garçons, taxistas, lojistas com vendedores que também falem o esperanto e principalmente turistas, muitos turistas. A Intraespo tem um estratégia muito interessante e realista para desenvolver a indústria do turismo em esperanto.

• Uma língua que deu certo precisa ser ensinada. Precisa ter professores, livros didáticos e escolas.

O esperanto tem isso?
Sim, tem. Nós consideramos o ensino profissional do esperanto o segmento básico, primário, da economia esperantista. O esperantistas nunca se preocuparam muito em ganhar dinheiro com o ensino do esperanto, e assim tinha que ser, na fase da consolidação do esperanto. Existem hoje, aqui e ali, professores que vivem de ensinar esperanto, mas são minoria. O mesmo acontece com compiladores de livros didáticos. As escolas de esperanto em sua esmagadora maioria, são organizações de esperanto sem fins lucrativos, que ofererem cursos de gratuitos, com professores que nada ganham, mas que também muitas vezes deixam a desejar quanto ao nível de conhecimento da língua e preparo pedagógico e didático.

Visão da economia esperantista:
 Como segmento primário da economia esperantista, a indústria do ensino do esperanto precisa ser apoiada firmemente pelos governos dos países que queiram se destacar na economia esperantista. A inclusão do ensino do esperanto nas escolas públicas é um grande passo para isso. É pobre demais a postura da mídia e de alguns setores de nossa elite universitária, quando se referem ao projeto de lei do senador Cristovam Buarque, que inclui o ensino esperanto nas escolas públicas. Mas, esse segmento está cheio de oportunidades para professores de línguas, compiladores de material didático, editoras, produtores de material multimídia e escolas de línguas. A Intraespo vai atuar firmemente para desenvolver rapidamente esse segmento, no Brasil e no mundo.

Bem, basta, não? Alguém duvida que o esperanto é uma língua que deu certo? E que vai dar cada mais mais certo daqui para a frente?

12 de nov. de 2010

O Esperanto e a liberdade de imprensa

Nós, esperantistas, amamos a liberdade. Elas todas.  A liberdade de imprensa, achamos que é uma das mais importantes. É fundamental para a democracia,para promoção da pluralidade de opiniões, para a correta informação dos leitores. Sim, para que os leitores sejam informados corretamente sobre os diversos temas que são veiculados regularmente na imprensa, os jornalistas precisam ter a liberdade de pesquisar, de perguntar a opinião de um especialista quando vai tratar de um assunto do qual tem apenas conhecimento superficial, liberdade de dizer ao chefe de sua editoria que ele não sabe nada sobre a pauta que lhe foi proposta e que não vai ter tempo de pesquisar, tendo a liberdade de recusar a tarefa de fazer porcamente uma matéria que será lida ou vista por uma multidão enorme de pessoas.
Sabemos, entretanto, que jornalistas não são seres humanos perfeitos, e muitas vezes abrem mão da sua liberdade de fazer um bom trabalho jornalístico e metem os pés pelas mãos, veiculando opiniões superficiais sobre assuntos sobre os quais não sabem absolutamente nada e não tiveram tempo de pesquisar. Não é muito incomum também usarem a sua liberdade expressão  para veicularem inverdades, para reproduzirem mitos recorrentes do senso-comum. Acabam com isso apagando um pouco o brilho democrático da liberdade que tanto defendemos; eles, os jornalistas, e nós, os esperantistas.
Entretanto, nós também somos imperfeitos, como os jornalistas. Eles são mal informados por nossa culpa, já que quando deveríamos estar há anos informando regularmente os jornalistas sobre as características, as conquistas, a história e o potencial desconhecido do Esperanto, ficamos enfurnados em nossas associações, clubes e ligas de Esperanto, numa marginalização não imposta por eles, mas por nós mesmos. Queremos que os jornalistas saibam de nós e de nossa língua, mas não saímos dos guetos que nós mesmos criamos.
Então, não temos o direito de classificá-los como ignorantes, quando eles falam ou escrevem inadvertidamente inverdades ou informações imprecisas sobre a língua internacional Esperanto. Não podemos taxá-los de incompetentes, quando reproduzem puerilidades em relação ao Esperanto -  como quando falam ou escrevem que o Esperanto é língua morta, que não deu certo, que é língua artificial e não serve para a comunicação no dia-a-dia e um monte de muitas outras coisas inacreditáveis, que não resistem à mínima confrontação com a realidade.
Certamente, não podemos querer que a liberdade de imprensa seja tolhida por isso, porque estaríamos indo contra a essência da proposta inovadora do Esperanto, que é a do respeito à enorme diversidade do mundo, de uma forma geral, e à defesa da democracia lingüística, em particular. E democracia linguística tem tudo a ver com liberdade de imprensa. E principalmente, porque os incompetentes somos nós, até o presente momento, na guerra da informação.
Mas, é em nome desta mesma liberdade de imprensa que julgamos que chegou a hora de dar um basta a tanto  trabalho medíocre – dos dois lados - a tanta informação irresponsável dos jornalistas e inatividade dos esperantistas, a tanta superficialidade no trato de um fenômeno como a língua internacional Esperanto, por ambas as partes.
Vamos mudar isso, mas como não temos poder econômico, ainda; como não temos rede de televisão ao nosso dispor e como somos poucos, ainda, decidimos nos valer de todas as formas possíveis para fazer ouvir o nosso brado, para ajudar nossos amigos jornalistas.
Aqui nesse blog - uma parte desse grande esforço - nosso trabalho será o de registrar o máximo de ocorrências possíveis na imprensa em geral, inclusive a digital, relacionadas ao Esperanto. Vamos registrar aqui reportagens completas, opiniões de apresentadores de programas de entrevistas, telejornais,  notas em colunas em jornais impressos e blogs, sempre citando as fontes e dando nome aos bois. Enfim, vamos registrar tudo o que estão falando e escrevendo sobre o Esperanto e dar nossa opinião, de especialistas nesse assunto, sobre o que foi escrito ou dito. E talvez até iremos criar um índice para classificar os órgãos de imprensa de acordo com a qualidade e quantidade da informação veiculada sobre o Esperanto e tudo o que estiver relacionado com ele.
E em nome da liberdade da imprensa, em defesa da liberdade que a imprensa tem para fazer um bom trabalho jornalístico, tendo o dever de informar corretamente o público sobre os assuntos que veicula, vamos corrigir o que precisar ser corrigido, vamos informar corretamente o que for desinformação. Os argumentos sérios, democraticamente veiculados contra o Esperanto, vamos contestar com solidez e lógica, apresentando fatos e dados.
E, é claro, pessoas tão imperfeitas quanto esperantistas e jornalistas devem se unir, para informar melhor o público. Vamos fazer a nossa parte: criaremos um bom serviço de assessoria de imprensa, enviaremos mensagens aos autores de colunas e blogs com temas pertinentes, nos antecipando com informações úteis para a compreensão do Esperanto, estaremos abertos a pedidos de informação e material, faremos palestras em faculdades de comunicação social, visitaremos redações de pequenos e grandes jornais e revistas, contataremos editores chefes de editorias. Acabamos de criar nosso perfil no Twitter - @esperanto_midia - e faremos muito mais. Esperamos ser bem recebidos, para o bem da boa informação.
Essa será nossa contribuição ao aperfeiçoamento da liberdade de imprensa e de expressão no Brasil.